domingo, 30 de dezembro de 2007

Pathos.

De repente um turvo olhar para um alguém inexoravelmente malogrado, uma breve respiração e um longo pensar nas beatitudes e descaminhos já percorridos.
Insólito despertar, furtivo de sua beleza desbotada pela sutil inocência oblíqua, despertar este, sobre o cada dia com a sensação de posse sobre o tempo e com isso sobre as coisas particulares e únicas de nossas vidas.
Outrora fui senhor dos meus passos, outrora fui senhor de um corpo e mente fértil de um grande júbilo.
Despojado pela laboriosa natureza dionisíaca, com sua dança, manifesta-se a mim a imagem de um homem inerente a sua condição humana, ao seu auscultar insaciável desejo de uma aurora já tão distante.
O que esperar de um amanha?
Nada...
...ou melhor...tudo.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Amor Fati


Fragmentos de vida passam pela cabeça, uma náusea sartriana entorpece o viver; a clássica fuga de um prazer momentâneo e patético vislumbra o longamente enfermo estado de vida.
Falso pulsar; desejo inexorável em sua hierárquica trégua continua a sangria do pulsar, a felicidade da chama que me consome, ao eterno retorno, ao começo contido do fim onde este é contido de começo...
A estrada sempre retorno, afogado no silêncio negro, inerente e passional do corpo, sempre se tornando um fruto desprovido nesta terra belicosa em busca de um Sol já sem nascente, onde vazo a cada dia pela conseqüência de meus atos...
À náusea retorno, meus olhos cessam e caem no esquecimento datado de um momento denominado pelo significado de “agora”.